Chuv'amor
Acordei com o som acolhedor da chuva a bater na vidraça, uma precursão tão bem definida que convidava a uma dança...Um deslumbramento abraçou-me calando tudo em meu redor. O teu sussurro, abafado no leito, despertou-me daquele feitiço, convidando-me à ternura dos teus beijos.
Resisti.
Embrenhei-me, de novo, na contemplação do nascer do dia. Encostei o rosto no vidro gélido e apercebi-me que o outro lado transbordava de vida. Abri a janela e o vento atravessou-me. Dei alguns passos até que comecei a sentir as primeiras gotas tocarem-me…em breves instantes era como se tivesse parado, de tão absorvida que me encontrava.
Vieste até mim. Agarraste-me a cintura com firmeza. Puxaste-me contra o teu peito. Olhaste-me com convicção e leste os desejos que me abarcavam. Sem pronunciares qualquer palavra disseste que me amavas e que tal como a certeza de voltar a chover, simplesmente chover, estarias sempre ali e aqui do meu lado, como a chuva esteve naquele lindo dia de Verão!