Dentro de Mim

"Aqui começa o meu descampado Ou o meu jardim cultivado; Aqui começa a minha queda vertiginosa Ou a minha entrada gloriosa; Aqui, somente aqui, Começa o que jamais acabará aqui; Aqui serei muito ou serei pouco, Serei pobre ou serei louco, Serei charco, lago, rio ou mar Serei o que conquistar Aqui serei o que tu quiseres E o que eu quiser, Mas é aqui que tudo começa Aqui e nada mais do que aqui" - Vasco Gonçalves

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

"Se tu mi dimentichi"




"Se tu mi dimentichi
voglio che sappia
una cosa.


Tu sai com' è questo:
se guardo la luna di cristallo, il ramo rosso
del lento autunno alla mia finestra,
se tocco vicino al fuoco
l' impalpabile cenere
o il rugoso corpo della legna,
tutto mi conduce a te;
aromi, luce, metalli,
fossero piccole navi che vanno
verso le tue isole che m' attendono. Orbene,
se a poco a poco cessi di amarmi
cesserò d'amarti poco a poco.


Se d'improvviso
mi dimentichi, non cercarmi
che già ti avrò dimenticata.


Se consideri lungo e pazzo
il vento di bandiere
che passa per la mia vita
e ti decidi a lasciarmi alla riva
del cuore in cui affondo le radici,
pensa
che in quel giorno,
in quell' ora,
leverò in alto le braccia
e le mie radici usciranno
a cercare nuova terra.




Ma se ogni giorno, ogni ora
senti che a me sei destinata
con dolcezza implacabile.
Se ogni giorno sale
alle tue labbra un fiore a cercarmi,
ahi, amore mio, ahi mia
in me tutto quel fuoco si ripete,
in me nulla si spegne nè si oblia,
il mio amore si nutre del tuo amore, amata,
e finchè tu vivrai starà tra le tue braccia
senza uscire dalle mie."


Pablo Neruda

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006











...morreu

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

"Nua"



"Olho a cidade ao redor
E nada me interessa
Eu finjo ter calma
A solidão me apressa

Tantos caminhos sem fim
De onde você não vem
Meu coração na curva
Batendo a mais de cem

Eu vou sair nessas horas de confusão
Gritando seu nome entre os carros que vêm e vão
Quem sabe então assim
Você repara em mim

Corro de te esperar
De nunca te esquecer
As estrelas me encontram
Antes de anoitecer

Olho a cidade ao redor
Eu nunca volto atrás
Já não escondo a pressa
Já me escondi demais

Eu vou contar pra todo mundo
Eu vou pichar sua rua
Vou bater na sua porta de noite
Completamente nua
Quem sabe então assim
Você repara em mim"

Ana Carolina

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

Ser Português




Há já alguns dias que pensava sobre o que, realmente, faz de mim portuguesa, o que entre todas as outras nacionalidades me diferencia.
Não são os cabelos ondulados como o nosso mar do norte, um dia sereno como o clima deste sul europeu, mas por vezes incontrolável como a nossa eterna vontade de vencer. Também não é a cor dos olhos, espelhos do nosso céu primaveril.
A minha voz não consegue cantar o Fado e o meu nome próprio não é Maria.
Mas ser português não é ter esta ou aquela característica, ser português é saber sentir, é uma forma de viver, independentemente do sítio em que a estrada acaba.
É a emoção de comprar um livro usado e imaginar nas anotações das páginas amareladas as mãos que o percorreram.
Subir uma colina, sentarmo-nos lá em cima e sorrir com o vento que nos percorre os braços abertos.
Ouvir nas pedras das ruelas os bailes das romarias, onde a dança acabrunhada faz a vez da serenata.
Sorrir na beleza da paisagem alentejana, cantarolar numa imponente montanha transmontana, correr sob a gélida chuva minhota, dançar numa vila algarvia, ficar na praia até ao pôr-do-sol, dormir em frente à lareira, adormecer com o mesmo programa de rádio desde a infância, percorrer trilhos no Parque Nacional e chapinhar nos riachos, escrever cartas à mão, fazer amor num barco…e chorar por tudo isto.

“As coisas vulgares que há na vida não deixam saudade, só as lembranças que doem ou fazem sorrir”…


permitam-me assinar

Raquel, de Portugal

sábado, 4 de fevereiro de 2006





“Se algumas vidas formam um círculo perfeito, outras assumem formas que nem sempre podemos prever ou compreender. A perda fez parte da minha viagem. Mas mostrou-me também aquilo que é precioso...tal como o amor pelo qual só posso estar grata.”

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

"Fénix" retirada do báu



"Eu, prisioneiro meu
descobri no breu, uma constelação

Céus, conheci os céus
pelos olhos seus
Véu de contemplação

Deus, condenado eu fui
a forjar o amor no aço do rancor
e a transpor as leis, mesquinhas dos mortais

Vou entre a redenção
e o esplendor,
de por você viver

Sim, quis sair de mim
esquecer quem sou e respirar por ti
e assim transpor as leis
mesquinhas dos mortais

Agoniza virgem Fênix (O amor)
entre cinzas, arco-íris e esplendor
por viver às juras de satisfazer o ego mortal

Coisa pequenina, centelha divina,
renasceu das cinzas, Onde foi ruína
pássaro ferido, hoje é paraíso
Luz da minha vida, pedra de alquimia
Tudo o que eu queria
Renascer das cinzas

Ih êe
Quando o frio vem nos aquecer o coração
Quando a noite faz nascer a luz da escuridão
e a dor revela a mais esplêndida emoção

O amor
Quando o frio vem
nos aquecer o coração
Quando a noite faz nascer
a luz da escuridão
e a dor revela a mais
esplêndida emoção....
O amor...."

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

Hoje vou ficar...


“Hoje eu vou ficar por aqui
Não esperes por mim
Eu já te dei
Mais do que eu sei
Eu já fui já andei
Não esperes por mim
E tudo o que eu queria
Um tempo para mim
Sabes bem que é inútil mudar
E o tempo faz parte de mim

Hoje vou ficar
Hoje quero ir
Ao fim desse olhar
Só para te sentir

Hoje parei e pensei outra vez
Não esperes por mim
Eu já mudei
Mais do que eu sei
Eu já fui já andei
Não esperes por mim
E tudo o que eu queria
Um tempo para mim
Sabes bem que é inútil mudar e o tempo
Faz parte de mim

Hoje vou ficar
Hoje quero ir
Ao fim desse olhar
Só para te sentir

Vou ficar”


Hoje fiz uma promessa, entre ir ou ficar…
Há dias falei contigo, fiz-te um pedido em tom embaraçado....sorriste na certeza de o cumprires.
Mas mesmo assim, vejo que nunca será suficiente.
A mentira é tanta.
A vida já deu tantas voltas…
Eu já mudei mais do que julguei um dia capaz...
O pior de tudo, veio agora, chegou com o tempo...

Sinto que tenho a obrigação de fazer isto...para meu próprio bem.
Não sei se alguma vez me perdoarás...mas tens de viver na verdade!