Dentro de Mim

"Aqui começa o meu descampado Ou o meu jardim cultivado; Aqui começa a minha queda vertiginosa Ou a minha entrada gloriosa; Aqui, somente aqui, Começa o que jamais acabará aqui; Aqui serei muito ou serei pouco, Serei pobre ou serei louco, Serei charco, lago, rio ou mar Serei o que conquistar Aqui serei o que tu quiseres E o que eu quiser, Mas é aqui que tudo começa Aqui e nada mais do que aqui" - Vasco Gonçalves

domingo, 29 de abril de 2007

Vestígios


No alto da falésia, via o sol descer do céu, e enquanto o vento lhe lavava o rosto de esperança, o mar rebentava lá em baixo junto às gaivotas que há pouco afugentara.
O sabor do sal nos lábios e a pele arrepiada, naquele fim de tarde, trouxeram-lhe à memória o dia em que a conhecera.
O Verão levara-a até às praias do sul, onde Guilherme buscava emprego e aventuras próprios da Estação.
Rita tinha um andar confiante e o seu sorriso aberto de sinceridade combinava com os cabelos rebeldes que tombavam sob a pele branca.
No momento em que a viu, a descer das dunas em direcção ao mar, sentiu-se capaz de tudo para ter, nem que por um só segundo, o calor do seu abraço.
Por aquelas praias mediterrânicas, ele era conhecido pela ousadia própria da juventude, mas, nesse dia, as palavras ficaram travadas pela vergonha. Frente a frente, olharam-se, gostaram-se, amaram-se, num simples cruzar de olhares.
Coube-lhe a ela a primeira troca de palavras e pouco tempo depois viam-se sentados na areia, partilhando histórias, risos e silêncios embaraçosos.
O sol começava a adormecer no mar, mas eles não tinham pressa, o vazio estava preenchido. Ali, de alguma forma, tinham consciência de que a vida não se repete.
Os beijos, à semelhança dos ventos de África, que adornam aquela costa, foram fugazes e intensos.
Guilherme levantou-se num ápice da areia, pegou-lhe na mão e começou a correr, puxando-a pelas vielas. As ruas estreitas caiadas de branco preenchiam-se com o som das guitarras e a voz do fadista que atrai turistas e a luz amarela dos candeeiros iluminava-lhes o caminho pela rua acima.
Pararam em frente a uma casa, igual a tantas outras. Beijaram-se e entraram. Naquele quarto de menino desorganizado, o luar que se via da janela, dava-lhe outro encanto. Sem demoras, renderam-se, por um segundo, à paixão e acreditaram que tudo ali era risonho.
Hoje, sobre aquelas pedras, com o azul imenso à sua frente, ganhou forças e dirigiu-se lentamente para casa. Na mesa da entrada, num envelope branco lia-se o nome de um qualquer laboratório de análises. Abriu-o, retirou uma folha do interior e ao ler, sentiu o nó na garganta e a primeira lágrima de desespero surgirem. HIV positivo.

domingo, 22 de abril de 2007

Dia da Terra

Este post é uma pequenina homenagem ao "Planeta Azul" e para que cada um de vocês relembre em cada acto o quão longe Portugal continua da meta do Protocolo de Quioto.












sexta-feira, 6 de abril de 2007



"We'll do it all
Everything
On our own

We don't need
Anything
Or anyone

If I lay here
If I just lay here
Would you lie with me and just forget the world

I don't quite know
How to say
How I feel

Those three words,
are said too much
they're not enough
If I lay here
If I just lay here
Would you lie with me and just forget the world?

Forget what we're told
Before we get too old
Show me a garden that's bursting into life

Let's waste time
Chasing cars

Around our heads

I need your grace
To remind me
To find my own

If I lay here
If I just lay here
Would you lie with me and just forget the world?

Forget what we're told
Before we get too old
Show me a garden that's bursting into life

All that I am
All that I ever was
Is here in your perfect eyes
They're all I can see

I don't know where
Confused about how as well
Just know that these things
Will never change for us at all

If I lay here
If I just lay here
Would you lie with me and just forget the world?"

Snow Patrol

I would lie with you and I would just forget the world