Primavera nostálgica
Encontrei-o cravado de incertezas, de caminhos por escolher, de rostos sorridentes de hipocrisia.
Busquei certezas às quais me agarrar…em vão. Antigas convicções são agora as mais belas ilusões.
Se houve tempos em que consegui imaginar-nos lado a lado, como desde o primeiro minuto da minha vida, hoje o teu túmulo é o mais próximo que posso estar do teu ombro, onde os meus cabelos ondulados se entrançavam com os teus fios loiros. As nossas gargalhadas, com cheiro a maresia, transformaram-se em ecos de saudade…
Olhando o que ficou para trás, acredito e temo pelo avançar das horas.
Vejo magias quebradas. Livros rasgados. Espelhos partidos.
Tenho medo de um dia acordar e não me lembrar do teu rosto, de no dia do meu aniversário olhar o céu e não saber qual é a nossa estrela, de esquecer como adorávamos os olhos um do outro…Tenho medo de só reter na mente a última vez que te vi, a última vez que falámos, o último abraço que demos…Preciso de te reviver, de fazer perdurar os teus poucos anos de vida…
Não sei se foi obra tua ou se deste um empurrãozinho, mas de qualquer forma obrigada pela pessoa que puseste na minha vida…talvez um dia se conheçam.
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