A paisagem muda. Já a sabemos de cor, mas mesmo assim não deixamos de constatar como ela muda enquanto a percorremos, mais uma vez, e outra e outra.
Começamos com a aridez dos terrenos, os campos abertos com árvores que crescem aleatoriamente, reservando à sua volta mais do que espaço para contemplarem a própria sombra. O relevo é tão suave que acreditamos que as colinas tiveram preguiça de crescer, a terra tão vermelha, que nos recorda umas terras indígenas já visitadas...e pensamos, como esta paisagem aberta até ao mar consegue ser inspiradora. E ao mesmo tempo parece que nos convida a ficarmos sós ou pelo menos com espaço suficiente para também nós olharmos a sombra.
Lá à frente já vemos uma face da primeira montanha(zinha), já acolhe na sua respeitável colina altos agrupamentos de árvores, e aos seus pés arbustos felpudos de um verde puríssimo. Enquanto a contornamos descobrimos a face de dura pedra, com marcas da passagem do homem.
Mas o sorriso nasce com as casinhas semeadas lá em baixo, todas juntas, e ao lado, nos terrenos que as rodeiam a roupa pendurada ao vento, e os carros velhos de tanto trabalho arrumados .
É o sul e é o norte de Portugal, em contraste. Mais do que um campo cheio de flores ou uma encosta com vinhas, as pessoas parece que se desenvolvem ao espelho da sua paisagem. De um lado preservam o seu espaço e protegem as suas fronteiras como a vida dependesse disso. Do outro acolhem-se, unem-se, vivem nessa quase dependência de proximidade....como as árvores da primeira montanha(zinha).
1 Comments:
At 1:22 da manhã, Pat said…
:) ..sodades dessa paisagem..
Enviar um comentário
<< Home